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quarta-feira, 29 de setembro de 2021

ALLAN KARDEC ERA RACISTA?

 

"Acusar Allan Kardec de racista é, ou falta de conhecimento, ou leviandade. Talvez, as duas coisas".


Mais comum do que deveria é o indivíduo fazer a leitura de qualquer escrito e partir para o ataque. Certamente, ao ler a afirmação acima, se o (a) leitor (a) tiver uma ideia formada sobre o assunto, possivelmente já julgou esse escriba.

Antes, então, ofereça o benefício da dúvida, e busque tirar conclusões após receber o conjunto de informações que passamos a compartilhar a partir de agora.

Por ocasião do ano de 1862, Allan Kardec fez publicar na Revista Espírita do mês de Abril um artigo trazendo o título: frenologia espiritualista e espírita - perfectibilidade da raça negra.

Uma longa elaboração foi feita por seu autor. Mas, o furor manifesto ocorre em razão do título e, ao depois, pelo conteúdo do artigo. É que, novamente, mais comum do que se deveria, busca-se o isolamento de parte do texto com o qual se filia ou se refuta. No caso daquele artigo, o objetivo dos críticos é atacar o seu autor sem, no entanto, considerar o que segue:

1. Quem é o autor do artigo?

2. Qual o tema central?

3. Por que escreveu?

4. Qual era o contexto em que o artigo foi escrito?

5. Qual o público-alvo do artigo?

6. Quando escreveu ou publicou?

7. Onde publicou?

8. Quais áreas do conhecimentos são necessárias para analisar o artigo?

9. Quanto conheço daquela época, do ponto de vista histórico?

10. Os meus conceitos ou preconceitos prejudicam uma análise racional do artigo?

Começando pelo título, Kardec refere-se a quatro pontos fundamentais, a saber:

a) Frenologia;

b) Espiritualismo;

c) Espiritismo;

d) Expressão oriunda de dogma católico.

 
(vídeo com apresentação dos slides que estão disponíveis para download na descrição do mesmo na página do YouTube)

Quanto à frenologia, cabe informar que foi criada em 1796 por Frans J. Gall, exercendo certa influência na psiquiatria e psicologia entre os anos 1810 e 1840. Seu rigor metodológico era questionável, considerando-se uma pseudociência pelos autores do século 19.

Essa pseudociência defendia que a forma e protuberâncias do crânio são indicativas de faculdades e aptidões mentais de uma pessoa. Kardec usa-a apenas como um ponto de partida para sua argumentação.

Fazendo uma crítica a essa 'teoria' Kardec vai dizer que "enganar-se-ia redondamente quem acreditasse poder deduzir o caráter absoluto de uma pessoa pela simples inspeção das saliências do crânio". É que essa foi uma das conclusões da frenologia sobre o volume do órgão e do desenvolvimento da faculdade investigada.

A referência de Kardec à frenologia se dá em razão de que, naquela época, dois sistemas radicalmente opostos eram apresentados por frenologistas materialistas e frenologistas espiritualistas.

Os primeiros defendiam uma doutrina monstruosa de que o cérebro secretava pensamentos e esses influenciavam as diversas aptidões do ser humano. Para os espiritualistas, ao contrário, o pensamento é um atributo da alma, não do cérebro, seguindo-se daí que o desenvolvimento de um órgão é efeito, não a causa. Ninguém é apto porque possui um órgão para determinada aptidão; Ele possui o orgão adequado para sua aptidão porque é apto. Duas coisas diferentes.

Nesse ponto, Kardec faz referência de importância capital. Apresenta outra crítica à teoria frenológica. Recordamos que o fato de se acreditar em algo além da matéria não torna o indivíduo espírita. É a compreensão dos princípios espíritas que conduzem a isso. Diante disso, há erro no pensamento do frenologista espiritualista quanto à questão das aptidões.

Na frenologia o cérebro conduz o desenvolvimento das aptidões. Os frenologistas espiritualistas postulavam que a alma comanda o pensamento que desenvolve os órgãos de manifestação. Então, sutilmente, Kardec diz que é preciso explicar porque alguém possui certa aptidão e o outro, educado nas mesmas condições, não a possui, o que ocorre com todas as aptidões.

Insere aí a teoria espírita que explica a criação da alma em tempo diverso da criação do corpo e, para tanto, faz remissão às figuras do sábio do instituto e a do selvagem. Esclarece que pessoas nascidas em meios ingratos e refratários se tornam gênios, enquanto outros que recebem a Ciência desde a infância são imbecis. Trata dos instintivamente bons ou maus, inteligentes ou estúpidos.

A solução possível, afirma Kardec, é a preexistência da alma, sua anterioridade ao nascimento do corpo, ao desenvolvimento adquirido conforme o tempo vivido e as várias migrações percorridas. Destarte, as faculdades inatas tem sua fonte no Espírito, que afeta os órgãos de manifestação, provocando seu desenvolvimento segundo as leis biológicas.

Parece, a essa altura, que o tema levantado por Kardec ficou lateral. Discordamos. Primeiro, porque, de partida, fica consignado no artigo que o assunto referente à perfectibilidade racial é do interesse da humanidade e requer um exame mais cuidadoso e não uma conslusão leviana.

O certo é que Kardec afasta refutações materialistas e espiritualistas e explica o princípio espírita da anterioridade da alma e, claro, a própria reencarnação. O estudante do espiritismo aprende que o ensino dos Espíritos superiores estabelecem os fundamentos de um filosofia racional, isenta dos preconceitos do espírito de sistema. Portanto, no tempo de Kardec, o tema não recebia óbice à sua discussão.

De fato, Kardec dialoga no seu artigo com uma teoria vigente em sua época - um dogma religioso. O tema de tal gravidade afetava interesses econômicos, sociais e humanitários. No preâmbulo do artigo Kardec questinou: deve-se deixar o assunto sem discussão? O certo é que ele enfrenta o debate, atento e sem leviandade.

É preciso não perder de vista a transcrição abaixo do artigo onde Kardec dialoga com a teoria da criação da alma ao mesmo tempo que o corpo. Veja que ele a 'admite' para argumentar. Isto é uma estratégia para desconstrução de teorias que possuem inconsistências internas e é isso que Kardec faz durante o desenvolvimento das ideias para apresentar a ideia fundamental do Espiritismo:

"Com efeito, se a alma fosse criada ao mesmo tempo que o corpo, a do sábio do Instituto seria tão nova quanto a do selvagem. Então, por que há na Terra selvagens e membros do Instituto? Direis que depende do meio em que vivem. Seja". [...] (grifo nosso).

A doutrina espírita possui, como essencial, o caráter progressivo. Tudo o que se apreende carece amadurecimento. Sobre esse tema, perfectibilidade das raças, Kardec trata no capítulo 7 da obra O Céu e o Inferno, que entre outras coisas esclarece: 'A perfeição corporal de raças adiantadas é consequência do trabalho do Espírito; Não há criações distintas".

Para uma análise imparcial do artigo de Kardec é preciso:

I. Considerar a natureza do Espiritismo: a doutrina promove um diálogo entre a cultura humana e a doutrina dos Espíritos.
II. Identificar o tema central do artigo: a opinião supersticiosa e de origem religiosa de que a raça negra não é perfectível porque Deus a criou para figurar numa eterna inferioridade.

Pela importância atribuída por Kardec ao tema, está implícito que essa teoria analisada:
a) Visava explicar a exploração dos negros por meio da escravidão;
b) Ao mesmo tempo em que fazia nascer o preconceito ao lado do interesse.

Kardec se preocupou e não deixou, simplesmente, tudo como estava. Enfrentou, e discutiu o tema com os elementos que possuia. No artigo Kardec opõe o pensamento filosófico ao preconceito de natureza religiosa sobre o negro. Esse tipo de discussão tornaria a ocorrer mais tarde (RE, 1866, sobre a justiça divina na criação de homens selvagens).

Ora, o preconceito existia na sociedade. Certamente havia uma origem. Assentava-se sobre o dogma religioso que não admitia a preexistência da alma, uma vez que Deus, segundo a crença dominante, criava uma alma nova para cada novo ser que nascia.

Não se pode esquecer que na filosofia de Rousseau, conhecida e estudada por Allan Kardec, era preconizado que o que nos diferencia dos animais é a perfectibilidade da alma.

Outra questão de suma importância é que, ao tempo de Kardec, havia, além do conceito das almas criadas iguais, outra que era admitida pela ciência. Tratava-se da divisão da espécie humana em raças (Georges Cuvier, 1769/1832). A teoria, reportando a diferenças geográficas e faciais, dividia a espécie humana em: caucasiana, etiópica e mongólica. Nessa teoria, os etiópicos eram considerados primitivos, enquanto os caucásicos uma raça desenvolvida.

Importa ter em mente a lei moral do progresso. A base da fé racional em Allan Kardec consistia na afirmação de que onde a ciência avançar, o Espiritismo fica com a ciência. Tratava-se de um método de conciliação para não cair no dogmatismo da fé cega. Assim, quando as pesquisas da ciência avançarem, o Espiritismo não a tendo negado, estará em acordo com o seu progresso.

Segundo SUSSMAN (2014, p. 198), aqueles que tinham uma visão poligenista da origem humana acreditavam na criação divina de todas as formas humanas, mas como espécies diferenciadas, e que Adão e Eva eram antecessores apenas dos povos europeus e judeus, mas não dos povos considerados selvagens.

Portanto, possuímos agora um conjunto de informações não presentes no artigo de Allan Kardec, mas que fazia parte da discussão implementada no mesmo. Conhecendo o contexto, é possível ter uma visão mais justa sobre a elaboração contida na publicação.

A construção do pensamento de Kardec considerava a ciência da época, refutava uma pseudociência, o materialismo e o erro dos espiritualistas. Destarte, os negros eram considerados selvagens no tempo de Kardec. Em razão dos fatos da ciência positiva, considerou sua organização física inferior. Sua proposta, consoante o que havia aprendido na ciência espírita, era que como Espíritos estavam na infância espiritual, nas primeiras reencarnações. Como todo Espírito iriam adquirir conhecimentos e evoluir.

Fazemos, agora, um convite à reflexão. Houve erro na conclusão entabulada por Kardec? Podemos responder positivamente. O erro está em Kardec e na Doutrina Espírita? A resposta é negativa, pois, seu ponto de partida foi a construção teórico-científica da época. Mas, a ciência avançou e aquela construção usada no artigo de Kardec estava equivocada. Atualmente, a ciência afirma que não há diferença racial entre os seres humanos e que a capacidade cerebral não se diferencia.

Importa, ainda, salientar que, conforme FIGUEIREDO (2016, p. 365), sobre a teoria expendida por Kardec no artigo os Espíritos nada disseram. Veremos a seguir que a Doutrina dos Espíritos resolvia a questão. Era necessário que houvesse avançao no campo da ciência tradicional.

No entanto, existem diferenças. São as características como a cor da pele causada por questões climáticas, diferenças étnicas e diferenças de origem cultural.

Finalmente, é preciso compreender o artigo e sua publicação na Revista Espírita do século 19, ocasião em que se formulava o corpo de doutrina do Espiritismo.

A Revista Espírita era usada para testar hipóteses, teorias e ensaios. Um terreno de estudo e de elaboração dos princípios, cujos artigos se destinavam a sondar a opinião humana e dos espíritos. Era o local para dar opinião sobre temas de interesse, considerando que a doutrina espírita só adotava uma opinião se fosse justa e rejeitava se fosse falsa (RE, 1868, p. 134). Tudo que não fosse confirmado ou contraditado ficava no campo da opinião pessoal.

O Espiritismo tem natureza de revelação porque os fatos que não são desmentidos possuem caráter de verdade. Essa natureza se revelou no artigo de Kardec, pois a ciência avançou e o princípio fundamental da doutrina se manteve de pé: a evolução contínua e perpétua do espírito.

Para o espiritismo a natureza humana é espiritual, o que supera particularidades das mais diferentes encarnações, seja negro, índio, homem ou mulher. Segundo o espiritismo, todos nós vivemos ou viveremos todas elas.

No ano de 1867, na mesma Revista Espírita, Kardec vai afirmar: "Muito foi dito e escrito contra a escravidão e o preconceito da cor. Tudo quanto disseram é justo e moral; mas não passava de uma tese filosófica. A lei da pluralidade das existências e da reencarnação vem a isto acrescentar a irrefutável sanção de uma lei da Natureza, que consagrava a fraternidade de todos os homens. Tom, o escravo, nascido e aclamado na América, é um protesto vivo contra os preconceitos ainda reinantes nesse país".

Agora, estudando profunda e seriamente a Doutrina dos Espíritos, convido a pensarmos a situação seguinte. Suponha que, evocados os Espíritos, pudéssemos fazer-lhes as questões seguintes. Pelo conjunto da obra, arriscamos a pensar nas prováveis respostas:

1. Os Espíritos tem cor?

R. Não como entendeis. Porque, tendo o ser humano surgido em muitos pontos do planeta, suas diferenças físicas ocorreram em razão de clima, vida e costumes, bem como, ao dispersarem-se pelo globo, se uniram e deram origem a novos tipos.

2. O Espírito que animou um ser humano etíope ou africano poderia animar um caucasiano ou mongólico e vice-versa?

R. Sim, pois são os mesmos Espíritos que animam todos os seres humanos, independente de etnia, credo ou cor. A natureza da humanidade é espiritual e não material.

3. Quando somos Espíritos, preferimos encarnar nessa ou naquela cor?

R. Isso pouco importa; depende das provas que o Espírito escolhe para evoluir e para corrigir imperfeições de seu caráter, uma vez que toda imperfeição, inerente ao Espírito, é de natureza moral.

De concreto, Kardec organizou o item 4 do Livro Primeiro, capítulo 3, Criação, cujo título é Diversidade das Raças Humanas. Nesse conjunto de questões pode-se testificar que, no silêncio dos Espíritos e do público da Revista Espírita quanto ao tema proposto, consignou-se o ensino dos Espíritos advindos de muitos pontos do planeta, em razão da convergência da ampla maioria. Ali ficou patente que NÃO HÁ diferenças e TODOS os seres humanos SÃO IRMÃOS EM DEUS, pois, SÃO ANIMADOS PELO ESPÍRITO E TENDEM AO MESMO OBJETIVO.

Em O Livro dos Espíritos, nos deparamos com a questão 863, donde se conclui que são os seres humanos os responsáveis pelos costumes sociais e não Deus. Todos os seres humanos deveriam se submeter às Leis Naturais (ou Divinas) e não à opiniões alheias para definir as próprias escolhas.

A humanidade ainda age pela conveniência, mas, isso é um ato livre. Qualquer um pode fazer diferente. Sempre que necessário é preciso afrontar a opinião errônea procedente de costumes embasados em preconceitos. O equilíbrio deve ser o alvo da humanidade. Todos os que não sacrificam a própria vaidade, terão contas a acertar com o tribunal de sua consciência.

Os Espíritos nos trouxeram um conjunto de conhecimentos que derivou na Lei Moral de Igualdade, questões 803 e seguintes de O Livro dos Espíritos. Todos tendendo para o mesmo fim, submetidos às mesmas leis naturais, sujeitos às mesmas dores, experimentando experiências em classes sociais, ninguém recebeu superioridade natural em detrimento de outro, nem pelo nascimento, nem pela morte. Todos são guais perante Deus.

Arremata o pensamento que buscamos elaborar, porquanto a questão da escravidão nos conduz aos preconceitos de todos os matizes, e, sem dúvida, à questão do trabalho, a seguinte informação contida na Questão 812 da obra comentada: 'o bem-estar é relativo e cada um poderia gozá-lo, se todos se entendessem bem. Porque o verdadeiro bem-estar consiste no emprego do tempo de acordo com a vontade, e não em trabalhos pelos quais não se tem nenhum gosto. Como cada um tem aptidões diferentes, nenhum trabalho útil ficaria por fazer. O equilíbrio existe em tudo, o ser humano é quem o perturba'.

Essas, portanto, são nossas considerações sobre a imperfeição moral atribuída por muitos a Allan Kardec em relação ao seu artigo publicado no periódico espírita do século 19, quando adjetivado de racista.

Uberaba-MG, 29 de Setembro de 2021.
Beto Ramos.

BIBLIOGRAFIA:
FIGUEIREDO, Paulo Henrique de. Revolução Espírita - A teoria esquecida de Allan Kardec. São Paulo: MAAT, 2016.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos.
KARDEC, Allan. Revistas Espíritas.
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo.
KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno.
KARDEC, Allan. A Gênese.
- Para informações sobre, acesse: FRENOLOGIA .
- Para informações sobre a visão poligenista da criação - humana, acesse: POILIGENISTA e POLIGENISMO .
- Para acesso a informações sobre GEORGES CUVIER E O SEU RACISMO .

MATERIAL DE APOIO:
Acesse aqui para baixar os SLIDES .

sexta-feira, 25 de junho de 2021

REENCARNAÇÃO E ESPIRITISMO

Fonte da imagem: Google internet

A reflexão de hoje é a seguinte:

1. Crer na reencarnação me torna Espírita?

2. Todo aquele que se diz Espírita, crê na reencarnação?

Segundo o significado da palavra reencarnação nos dicionários podemos inferir que se trata de uma "crença de que, após a morte, a alma de um ser humano retorna à vida com outro corpo".

Para o Espiritismo a palavra reencarnação não é sinônimo de metempsicose (ou transmigração da alma), pois, esse termo abrange uma concepção de que seria possível ressurgir, isto é, renascer (ou retornar) sob a forma de outras espécies animais.

A expressão difere do que se compreende em certas doutrinas cristãs, porquanto não se trata de uma ressurreição de corpos no dia do juízo final.

Vários sistemas filosóficos e religiosos tem na reencarnação a sua ideia central, segundo a qual uma porção do SER é cpaz de subsistir à morte corporal. Nesse caso, essa mesma porção se liga, sucessivamente, A DIVERSOS CORPOS. O objetivo disso é a elevação, o progresso individual do Ser.

Encontramos o desenvolvimento dessa doutrina em vários expoentes da Filosofia, tais como Pitágoras, Heródoto, Sócrates e Platão. Aliás, esse último foi um dos seus principais defensores, desenvolvendo a doutrina nos seguintes diálogos: Mênon, Fédon, Fedro e A República.

A ideia que expressa a palavra reencarnação, derivada do latim, é entrar na carne novamente. Uma importante informação é que a ideia de reencarnação é encontrada, ao menos, no primeira milênio anterios à Cristo.

Nas várias culturas, cujo espaço aqui não permitiria aprofundar, apresenta o tema como a possibilidade de adquirir mérito e alcançar uma melhor reencarnação na próxima vida. O assunto, também, esteve ligado à questão do 'céu' e do 'inferno', do mérito e do demérito, de experimentar vidas morais e imorais, vícios e virtudes e, nesses últimos casos, passando por graus, abordando o tema justiça e injustiça divina.

Voltando à contemporaneidade, subsistem nossas dúvidas iniciais.

O que percebemos na atualidade é que muitos, por simplesmente crerem em vida após a morte, julgam-se Espíritas. Como se a autointitulação promove-se, por mágica, o indivíduo à essa categoria. Segundo a Filosofia Espírita, aquele que crê "haver em sí mesmo alguma coisa além da matéria é ESPIRITUALISTA".

Para superar essa situação é necessário crer na existência de Espíritos e em suas comunicações com o mundo visível. Todavia, não se pode parar nesse ponto, uma vez que Allan Kardec tratou de diversos pontos no Espiritismo, tais como: o verdadeiro.

Portanto, se aferrar na crença nas comunicações e se autodenominar espírita, não transforma ninguém no verdadeiro Espírita. Depreendemos isso da obra O Espiritismo em Sua Mais Simples Expressão, no item 36, onde Kardec afirma:

"36. O verdadeiro Espírito não é o que crê nas comunicações, mas o que procura aproveitar os ensinamentos dos Espíritos. De nada adianta crer, se sua crença não o faz dar sequer um passo na senda do progresso, e não o torna melhor PARA O PRÓXIMO". (grifo e destaque nosso).

Por isso, na atualidade em que estamos observando vários autointitulados "espíritas" vinculados à doutrinas contrárias ao Espiritismo, a posições políticas e religiosas contrárias à Doutrina dos Espíritos, nos indagmos se, POR QUE ELES DIZEM CRER NA REENCARNAÇÃO, NA VIDA APÓS A MORTE, NA COMUNICABILIDADE COM OS ESPÍRITOS, NA REENCARNAÇÃO E, ATÉ, EM DEUS, se são VERDADEIROS ESPÍRITAS.

Com a palavra, o leitor!


Uberaba-MG, 26 de junho de 2021.

Beto Ramos.


DESTAQUE DA SEMANA

A DOUTRINA DOS ESPÍRITOS NÃO É ASSUNTO QUE SE ESGOTA EM UMA PALESTRA

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